Na manhã desta sexta-feira, 4, os delegados da cidades de Itabaiana e Lagarto, respectivamente Osvaldo Resende e Jorge Eduardo, juntamente com o coordenador operacional do Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope), Thiago Cahino, prestaram esclarecimentos à imprensa a respeito das investigações que culminaram com as prisões dos cearenses Saulo Castelar Coelho, 21 anos, conhecido como “Saulin”, Pedro Guilherme Mendonça Magalhães, 19 anos, e Kayan Vasconcelos, 18 anos, acusados de integrar uma quadrilha de tráfico internacional de animais silvestres. As investigações contaram com o apoio da Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol).
O trio foi responsável pelo furto de três aves raras que estavam abrigadas no Parque dos Falcões na cidade de Itabaiana. O crime foi registrado no dia nove de agosto deste ano. Foi levado um urubu albino – ave rara com avaliação que pode chegar no mercado negro ao valor de R$ 40 mil –, além de um falcão coleira e um gavião relógio. Os animais foram furtados pelo trio e levados em um veículo Citroen C3, cor prata, placa AWG 7549, para a cidade de Campina Grande-PB. De acordo com a polícia o falcão e o gavião não resistiram e acabaram morrendo antes de chegar na Paraíba. Com a repercussão do caso, a polícia suspeita que o urubu foi morto pelos criminosos.
“As aves foram colocadas em gaiolas e levadas para Campina Grande. Duas não resistiram e acabaram morrendo antes de chegar ao destino. Já no caso do urubu, suspeita-se que foi morto posteriormente. Encontramos os restos dos animais jogados em três terrenos baldios localizados no centro do município paraibano. Eles estavam enrolados em panos”, destacou o delegado Jorge Eduardo. Saulo Castelar foi apontada pela polícia como o líder do grupo. Ele foi preso no momento em que lavava seu carro na garagem de sua casa no centro de Campina Grande. No local foram encontrados uma escopeta, uma espingarda e 609 cartuchos de munição calibre 22.
“Toda a transação do grupo era efetuada pela internet através do site de relacionamento orkut. Lá os criminosos criavam páginas falsas onde divulgavam a venda de animais silvestres. Eles tinham, também, canais de negociação no exterior, através da Argentina e dos Estados Unidos”, explicou o delegado Osvaldo. Pedro Guilherme e Kayan Vasconcelos foram presos em Fortaleza. O trio vai responder pelos crimes de tráfico de animais silvestres, formação de quadrilha e furto qualificado. Eles ficarão em Sergipe à disposição da Justiça. As investigações e prisões contaram, também, com o apoio do do Ministério Público e Judiciário da cidade de Itabaiana, dos setores de inteligência das polícias dos estados da Paraíba e do Ceará, além do superintendente da Polícia Civil de Campina Grande, Ariosvaldo Melo.
Operação
No domingo, dia 30, foram deslocadas equipes da Polícia Civil de Sergipe simultaneamente para as cidades de Fortaleza e Campina Grande. Na segunda, dia 31, foram feitos os levantamentos com o apoio da Divisão de Planejamento e Inteligência Policial. Já na terça-feira, dia 1º, os policiais sergipanos efetuaram as prisões dos três acusados. No mesmo dia foram achados os restos das aves em três terrenos baldios da cidade de Campina Grande.
Intitulada de Hayabusa (nome do pássaro mais rápido do mundo), a operação revelou que os criminosos praticavam a atividade ilegal de falcoaria, que consiste em deixar falcões e gaviões sem alimentação durante dias para depois soltá-los para caçarem outros animais, especialmente outras aves. Depois de apanhadas, a caça é devorada pelos seus caçadores ainda viva, exatamente como as Hayabusas agem.
A falcoaria constitui-se crime no Brasil e só é permitida em casos excepcionais como o de controle a pragas nas lavouras. Nesta sexta-feira, dia 4, às 8 horas, os gestores da Polícia Civil prestarão uma entrevista coletiva para prestar detalhas das investigações e das prisões.
Assista parte da operação em Campina Grande no vídeo abaixo.
Fonte: SSP/SE
Vídeo: SSP/SE - edição: EVENILSON SANTANA
FOTOS: SSP/SE e EVENILSON SANTANA
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